sexta-feira, 24 de junho de 2011

sem nome

Verushka


Quero um comboio. Ou uma estrada e um chevrolet. Sem Sintra. 
Quero um caminho sem pressas, sinuoso. Quero ir sem saber onde, quero ficar sem saber porquê. Quero não querer.
Ser, apenas. Não ter um nome. Uma língua, uma casa, uma pátria. Nem uma identidade. Nem outra. Cá e lá. Vou indo , sendo, de acordo com a direcção do vento sem responder a ninguém, poeta sem musa, Safo. A ousadia de não aceitar os verbos transitivos e negar os intransitivos.
Quero o limbo, as duas faces da folha, o instante inefável da pequena morte.
Não quero.
Nada. Ninguém.

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