quarta-feira, 27 de julho de 2011

fadiga

Yuko Ishii


Entre um riacho
Escorrendo pelas
Paredes do verso
E um enviesado
Discurso acerca da
Imponderabilidade
Do tempo
Conjugo os vasos
Da minha janela
Varro a caruma
Dos livros abandonados
E estendo-me na areia
Recolhendo búzios.

Aborrecem-me
Os pensamentos inodoros.

sábado, 9 de julho de 2011

Testemunho


Vou deixar a mesa posta. Pão e vinho com suor e lágrimas de felicidade. O jardim coberto de flores silvestres e os frutos à disposição nas árvores, ou no quintal. Tragam música e poetas. Dancem com o sorriso desenhado no coração e abracem-se em uníssono.
Quando eu morrer façam-me uma festa, porque o sol nos abençoou, a terra nos acolheu, o mar nos salgou. E eu fico aí, num cantinho de cada um.