Dizes amor. Eu digo mar.
Aquele que me abraçou quando as
gaivotas rasavam nos teus olhos e eu estendia a roupa ao som das velas que
ardiam contra o vento. Veio o sol e pousei a bacia no teu flanco, passeando as
mãos no volante esquecidas como se procura um sonho e encontra um barco. Conduzo-te
ao sul com o ardor de uma bétula, danço com a lua agarrada à cintura, sussurro
a nudez visível sob o manto da estrada. Mas o caminho perdeu-se no tempo. Dédalo.
Tu dizes mar. Eu não sei dizer
amor.
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